quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

ESPECIAL FESTIVAL DE SUNDANCE PARTE 3: CATEGORIA MIDNIGHT MOVIE

Olá pessoal! E vamos para mais uma parte de Sundance 2016 que já está prestes a acontecer (Amanhã, dia 21 de Janeiro). O post de hoje vai cobrir um gênero que gosto muito que é o terror e a respectiva categoria no festival chamada de Midnight Movie. Composta por 9 filmes, essa seção da meia noite costuma apresentar fortes pesos pesados no quesito horror. Só para exemplificar, em 2015 Corrente do Mal apareceu nessa categoria, assim como o muito bem elogiado The Witch, filmes que estiveram presentes na lista de melhores do ano em diversos sites/revistas especializadas.


1) 31 (Estados Unidos) - Dirigido por Rob Zombie. 

Sinopse: Cinco amigos são sequestrados um dia antes do Halloween e são colocados como reféns em um lugar aterrorizante chamado Murder World. Enquanto estão presos eles precisam participar de um violento jogo chamado 31, cuja principal missão é sobreviver por 12 horas contra uma gangue de palhaços assassinos. Elenco: Sheri Moon Zombie, Malcolm McDowell, Richard Brake, Lawrence Hilton-Jacobs, Jeff Daniel Phillips, Meg Foster.

O novo filme do rockeiro Rob Zombie, figura amada e odiada na mesma proporção no que se refere ao seu lado cinematográfico, já causou polêmica antes de sua estréia. O diretor/cantor de rock estava com dificuldades com a censura do filme e conseguiu depois de muito esforço uma censura R, considerada alta, mas que possibilita que o filme chegue aos cinemas e seja visto por um público maior. Antes a MPAA, órgão censor nos Estados Unidos, queria categorizar o filme com a temida NC-17, censura em que menores de 18 anos só podem ver caso estejam acompanhado dos pais. Não sei muito o que esperar desse filme. O melhor do Zombie que assisti foi Rejeitados pelo Diabo. Os seus outros trabalhos ainda não conseguiram ser muito bem aceitos até mesmo pelos fãs de terror. Esperemos que ele consiga um bom resultado com esse filme. Palhaços sádicos sempre causam medo.

2) Antibirth (Estados Unidos) - Dirigido por Danny Perez.

Sinopse: Em uma comunidade desolada repleta de fuzileiros navais viciados em drogas e rumores de sequestro, uma viciada chamada Lou (Natasha Lyonne) acorda após uma intensa noite de festa. Com sintomas de uma estranha doença, e tendo visões recorrentes, ela tenta encontrar a noção da realidade enquanto histórias sobre conspiração se espalham. Elenco: Natasha Lyonne, Chloë Sevigny, Mark Webber, Meg Tilly, Maxwell McCabe-Lokos.

Danny Perez estreará com seu primeiro longa metragem esse ano. Ele é mais conhecido por ter feito o video Oddsac, um clipe musical de 54 minutos para a banda Animal Collective (Que pode ser visto aqui) e que impressiona pelo visual acachapante, lisérgico e por que não assustador? Pelas imagens vazadas desse filme esperemos algo semelhante quanto ao visual. Natasha Lyonne (Que também estará no filme Yoga Hosers comentado logo abaixo) é a protagonista. A atriz que também faz parte do cast da série Orange is the New Black está repleta de novos projetos. Também no elenco está Chloë Sevigny, atriz bastante conhecida, mas muitas vezes reservada a filmes independentes e séries de TV. A depender do video musical acima, se o filme tiver o mesmo visual esperemos algo no mínimo enervante e em tom de pesadelo.



3) The Blackout Experiments (Estados Unidos) - Dirigido por Rich Fox

Sinopse: Um grupo de amigos descobre o escuro submundo de uma experiência super-assustadora e psicossexual chamada Blackout. O que começa como uma aventura acaba se tornando uma obsessão, profundamente pessoal. Um estado em que suas vidas saem do controle das suas mãos e borram a linha entre realidade e fantasia paranóica. 

Esse aqui na verdade é um documentário de horror. Ano passado tivemos o The Nightmare do Rodney Ascher. Em 2016 teremos esse que é um mistério e não sei sobre do que se tratam esses experimentos Blackout. O diretor afirmou que vai ser o documentário mais extremo e imersivo que a América verá. Afirmações assim são facas de dois gumes: Chama a atenção para algo que não é tão chocante assim ou pode ser que seja realmente algo assustador.


4) Carnage Park (Estados Unidos) - Dirigido por Mickey Keating

Sinopse: No ano de 1978 uma equipe de aspirantes a vigaristas destroem um banco em uma pequena cidade e fogem com uma refém para o deserto da Califórnia, chegando a Carnage Park, um remoto trecho do deserto ocupado por um psicótico ex-militar franco-atirador. Em meio às areias do local, eles entram em uma luta angustiante pela sobrevivência contra o militar. Elenco: Ashley Bell, Pat Healy, Alan Ruck, Darby Stanchfield, James Landry Hébert, Larry Fessenden.

O diretor Mickey Keating é outro do tipo ame ou odeie. Seus últimos trabalhos ora foram muito bem recebidos pelos críticos amantes do horror (Pod e Darling), ora foram massacrados. Pelas imagens vazadas do filme esperemos algo setentista tanto pela época em que o longa se passa quanto pela sua estética. Um horror de sobrevivência no deserto. Dessa vez torçamos para que o diretor encontre de uma vez seu lugar ao Sol.


5) The Greasy Strangler (Estados Unidos) - Dirigido por Jim Hosking, Roteiro por Jim Hosking e Toby Harvard)

Sinopse: Em Los Angeles, Ronnie comanda junto a seu filho Brayden um passeio de disco. Certo dia, os dois conhecem Janet, uma linda e sexy turista que vem para um passeio. Uma competição assim começa para disputar a atenção de Janet. Esse encontro também sinaliza a aparição de um maníaco desumano que persegue pessoas inocentes pelas ruas à noite para as estrangular. Elenco: Michael St. Michaels, Sky Elobar, Elizabeth De Razzo, Gil Gex, Jesse Keen, Joe David Waters.

Sinceramente, a depender dessa imagem e da própria trama em si, não espero muito desse filme. E justamente porque o trabalho anterior desse indivíduo chamado Jim Hosking que vi foi o segmento G is for Grandad da antologia The ABCs of Death 2, um dos piores segmentos e pavoroso de ruim. Será o primeiro longa metragem do diretor e só quando as críticas saírem é que terei uma base para confirmar minha ojeriza por esse Jim Hosking.



6) Outlaws and Angels (Estados Unidos) - Dirigido por JT Mollner.

Sinopse: Para se esconder ao longo da noite, uma gangue de bandidos sanguinários em fuga por causa de um notório caçador de recompensas invade a casa de uma família aparentemente inocente. No decorrer da noite, um inesperado jogo de gato e rato se inicia dentro da residência, levando à sedução e a inversões de papéis que finalizam em uma vingança. Elenco: Chad Michael Murray, Francesca Eastwood, Luke Wilson, Teri Polo, Madisen Beaty, Nathan Russell.

A safra de westerns está muito boa de uns anos pra cá, vide o mais recente filme do Tarantino Os Oito Odiados, o ótimo Bone Tomahawk, o gélido The Dark Valley, o novo trabalho do Leonardo Di Caprio O Regresso, Slow West, dentre outros. Será também a estréia do diretor JT Mollner num longa metragem e tem como ator mais conhecido no elenco o Luke Wilson, além do Chad Michael Murray em seguida. Esperemos que esse filme continue a boa safra de um bom western violento.



7) Trash Fire (Estados Unidos) - Dirigido por Richard Bates Jr.

Sinopse: Owen tenta fugir do seu passado desde que se tornou adulto. Em determinado momento ele é obrigado a confrontar seu passado, o que coloca ele e sua namorada Isabel, em um emaranhado de teias horripilantes envolvendo mentiras, enganos e assassinatos. Elenco: Adrian Grenier, Angela Trimbur, AnnaLynne McCord, Fionnula Flanagan, Matthew Gray Gubler, Ray Santiago.

Richard Bates Jr. não é nenhum novato no ramo do horror. Já dirigiu dois filmes e um curta metragem (O curta Excision deu origem ao filme de mesmo nome e Suburban Gothic). De acordo com o diretor, seu novo trabalho será algo como uma mistura de Psicose com Ensina-me a Viver (Não é à toa que o sobrenome do diretor é o mesmo do famoso psicopata de Hitchcock). Vamos ver se essa mistura dará certo no dia 23 de Janeiro.



8) Under the Shadow (Reino Unido/Jordânia) - Dirigido por Babak Anvari

Sinopse: Teerã, 1988. A guerra entre Irã e Iraque ressoa pelo seu oitavo ano. Uma mãe e sua filha ficam pouco a pouco dilaceradas com as campanhas de bombardeio sobre a cidade junto à sangrenta revolução do país. Lutando diariamente para ficarem juntas em meio aos horrores, um misterioso mal ronda o apartamento onde elas moram. Elenco: Narges Rashidi, Avin Manshadi, Bobby Naden, Ray Haratian, Arash Marandi.

Este aqui é um dos mais aguardados dessa sessão de Sundance de 2016 por esse que vos escreve. Não só por ser uma co-produção da Jordânia/Reino Unido e por tratar da eterna guerra entre Irã e Israel, mas também por unir além dos horrores da vida real também se junta à trama o sobrenatural. Bom perceber que o cinema de horror do Oriente Médio está todos os anos em expressivo aumento, em filmes como Big Bad Wolves, Garota Sombria Caminha Pela Noite, Baskin, dentre outros. Outro que estreará com um longa metragem em sua carreira, o diretor Babak Anvari tem tudo para nos surpreender com esse filme.



9) Yoga Hosers (Estados Unidos) - Dirigido por Kevin Smith

Sinopse: Colleen Collette e Colleen Mackenzie, duas jovens estudantes e funcionárias de uma loja de conveniências em Manitoba se veem frente a um mal antigo que se ergue sob o solo canadense, ameaçando o convite das amigas-xarás para uma aguardade festa. Para combater esse inimigo, as Colleens irão unir suas forças com ninguém menos que a lenda Guy Laponte. Elenco: Lily-Rose Depp, Harley Queen Smith, Johnny Depp, Justin Long, Austin Butler, Tyler Posey.

O diretor nerd-mor Kevin Smith ataca novamente. Smith não nos entrega um bom trabalho desde talvez Pagando Bem, que Mal Tem? ou O Balconista 2. Então, mesmo que tenha um bom elenco, nós só saberemos se o filme será bom realmente no próximo dia 24 de Janeiro. Yoga Hosers é um spin-off do filme anterior Tusk, já que trará de volta Johnny Depp no papel de Guy Laponte, um investigador. Nesse filme Depp contracena com sua filha Lily-Rose e com a filha de Kevin Smith, Harley Queen (O cara é tão nerd que coloca o nome original da Arlequina, vilã do Batman, para ser o de sua filha). Além de Yoga Hosers, o diretor está envolvido em mais outras 6 produções para 2016, entre elas uma continuação de Barrados no Shopping e uma de O Balconista (Clerks 3).


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

FESTIVAL DE SUNDANCE PARTE 2: PREMIERES

Olá pessoal! Espero que tenham aproveitado o Natal, visto e revisto o novo Star Wars e que estejam se preparando para 2016 com todo o fôlego possível, pois próximo ano vai ser muito bom para o cinema, vide os festivais que virão e as estréias imperdíveis que vão estourar as bilheterias pelo mundo. E falando em festivais voltemos a falar sobre Sundance 2016 dessa vez sobre a categoria Premieres, palco de produções de renomados diretores e que pode gerar pesos pesados para premiações. 16 produções fazem parte dessa categoria e vamos conhecê-las:


1) Agnus Dei  (França/Polônia) - Dirigido por Anne Fontaine, Roteiro por Sabrina N. Karine, Alice Vial, Pascal Bonitzer)

Sinopse: Polônia, 1945. Mathilde, uma jovem médica francesa está numa missão a fim de ajudar sobreviventes da Segunda Guerra Mundial. Quando uma freira procura sua assistência a fim de ajudar algumas freiras grávidas que estão escondidas, as quais estão incapazes de reconciliar suas fés por conta da gravidez, Mathilde torna-se a única esperança. Elenco: Lou de Laage, Agata Kuleszka, Agata Buzek, Vincent Macaigne, Joanna Kulig, Katarzyna Dabrowska.


Também conhecido por Les Innocentes esse novo filme da veterana diretora Anne Fontaine (Coco antes de Chanel) evoca outro filme que foi um hit ano passado e em 2015: O polônes Ida, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A semelhança encontra-se tanto pelos países envolvidos (Mais precisamente a Polônia) quanto pelo tema, apesar dessa nova produção focar um tema inusitado, que é o conflito entre a fé e a razão diante de um "pecado", no caso uma gravidez de uma serva do Senhor em um tempo tão conservador. É um tema bastante rico pra ser explorado e esperemos que consiga um bom resultado.




2) Ali & Nino (Reino Unido) - Dirigido por Asif Kapadia, Roteiro por Christopher Hampton

Sinopse: O príncipe muçulmano Ali e Nino, uma aristocrata da Geórgia cresceram na província russa do Azerbaijão. A trágica história de amor deles passa pela deflagração da Primeira Guerra Mundial até a luta mundial pelo petróleo de Baku. Eles precisam escolher entre lutar pela independência de seus países ou lutar para ficarem juntos. Elenco: Adam Bakri, Maria Valverde, Mandy Patinkin, Connie Nielsen, Riccardo Scamarcio, Homayoun Ershadi.


O renomado diretor Asif Kapadia que dirigiu os documentários Senna e o recente elogiado Amy (Sobre a saudosa Amy Winehouse) encara dessa vez uma daquelas histórias de amor impossíveis em tempos conturbados. Adam Bakri visto no ótimo filme Omar e a hispânica Maria Valverde protagonizam esse filme.




3) Captain Fantastic (Estados Unidos) - Dirigido por Matt Ross

Sinopse: Dentro das florestas à Noroeste do Pacífico, um pai devotado em cuidar de seus seis filhos através de uma rigorosa educação física e intelectual é forçado a deixar o seu paraíso e reconectar-se à sociedade, começando assim uma jornada que desafia sua ideia sobre o que é ser um pai. Elenco: Viggo Mortensen, Frank Langella, George MacKay, Kathryn Hahn, Steve Zahn, Ann Dowd


Matt Ross não é conhecido como diretor (Só dirigiu um longa metragem e dois curtas), mas sim como ator, em que participou de diversas produções. Porém esse seu novo filme é bastante inusitado. Pela imagem acima parece ser um filme pós-apocalíptico e tem um figurino bem surreal. Faz lembrar filmes do Wes Anderson. Gosto muito do ator Viggo Mortensen e espero que ele nos presenteie com mais uma excelente atuação em sua carreira.



4) Complete Unknown (Estados Unidos) - Dirigido por Joshua Marston, Roteiro por Joshua Marston e Julian Sheppard

Sinopse: Quando Tom e sua esposa organizam um jantar festivo a fim de comemorar o aniversário de casamento, um dos amigos do casal traz uma acompanhante chamada Alice. Tom está convencido que a conhece, mas através de um nome e biografia diferentes e ela não reconhece que sabe quem é Tom. Elenco: Rachel Weisz, Michael Shannon, Kathy Bates, Danny Glover.


Aparece aqui o mais esperado por mim até então dessa categoria. Joshua Marston dirigirá seu terceiro longa metragem (Responsável pelo excelente Maria Cheia de Graça e Perdão de Sangue) e contém um elenco de peso. A trama aparenta ser sobre troca de identidades e a depender do talento do diretor promete ser um ótimo thriller.



5) Frank & Lola (Estados Unidos) - Dirigido por Matthew Ross

Sinopse: Uma história de amor noir psicossexual - passada em Las Vegas e Paris - sobre amor, obsessão, sexo, traição, vingança e, principalmente, a busca por redenção. Elenco: Michael Shannon, Imogen Poots, Michael Nyqvist, Justin Long, Emmanuelle Devos, Rosanna Arquette.


Olha o Michael Shannon novamente! Um excelente ator, sempre gera expectativa em seus trabalhos. Shannon está envolvido em diversas produções para 2016 vai ser um ano muito muito movimentado para ele e espero que apareça aí uma atuação ou mais de uma que renda prêmios. O diretor desse filme é bem desconhecido, mas pode aparecer surpresa por aí. Ótimo elenco + Noir = Promessa.



6) The Fundamentals of Caring (Estados Unidos) - Dirigido por Rob Burnett 

Sinopse: Após sofrer por uma tragédia, Ben torna-se um cuidador para ganhar dinheiro.  Seu primeiro cliente, Trevor, é um hilário garoto de 18 anos que sofre de distrofia muscular. Um paralisado emocionalmente, outro paralisado fisicamente. Ben e Trevor pegam a estrada descobrindo esperança e amizade nesse tocante e engraçado conto inspirador. Elenco: Paul Rudd, Craig Roberts, Selena Gomez, Jennifer Ehle, Megan Fergurson, Frederick Weller.


Também conhecido por The Revised Fundamentals of Caregiving, esse drama do diretor Rob Burnett, premiado com 5 Emmy e que dirigiu o desconhecido porém interessante We Made this Movie é um road movie que escala Paul Rudd, em alta após Homem-Formiga e mais acostumado a fazer comédias. Além disso também está no elenco Craig Roberts que foi revelado na comédia indie SubmarineÉ baseado em um romance do escritor Jonathan Evison.



7) The Hollars (Estados Unidos) - Dirigido por John Krasinski, Roteiro por Jim Strouse

Sinopse: Um homem retorna para sua pequena cidade natal depois de descobrir que sua mãe está doente e está prestes a fazer uma cirurgia cerebral. Elenco: Anna Kendrick, John Krasinski, Mary Elizabeth Winstead, Sharlto Copley, Charlie Day, Richard Jenkins.


John Krasinski não é tão conhecido no papel de diretor, mas sim no de ator em séries como The Office. Dramédias indies sempre são gostosas de assistir e esse não parece ser exceção, com um bom elenco.



8) Hunt for the Wilderpeople (Nova Zelândia) - Dirigido e Roteiro por Taika Waititi)

Sinopse: Uma perseguição nacional é iniciada a fim de encontrar um garoto rebelde e seu tio adotivo que estão desaparecidos em uma selvagem floresta da Nova Zelândia. Elenco: Julian Dennison, Sam Neill, Rima Te Wiata, Rachel House, Oscar Kightley.


Esse filme é bastante promissor também. O diretor Taika Waititi não é nenhum novato e virou sensação esse ano pela atuação e direção no hilário e criativo filme What We Do In The Shadows. além de já ter sido indicado ao Oscar na categoria de Melhor Curta-metragem e também ter dirigido filmes como Boy e Loucos por Nada. O diretor ficou tão reconhecido que já está cotado para dirigir o terceiro filme do Thor no cinema. Ou seja, esperemos uma ótima comédia.



9) Indignation (Estados Unidos) - Dirigido por James Schamus

Sinopse: Em 1951, Marcus (Lerman), um estudante judeu de classe média de New Jersey assiste aulas em uma pequena Universidade de Ohio, onde ele lutará contra anti-semitismo,  repressão sexual e a vindoura Guerra da Coréia. Baseada na obra de Phillip Roth de 2008.

Elenco: Logan Lerman, Sarah Gadon, Tracy Letts, Linda Emond, Danny Burstein, Ben Rosenfield.

James Schamus é mais conhecido por ser produtor e roteirista e vai dirigir seu primeiro longa-metragem, um filme que se passa nos conservadores anos 50 nos Estados Unidos. Logan Lerman, o protagonista da franquia Percy Jackson e que também atuou no ótimo As Vantagens de Ser Invisível é o personagem principal desse drama.



10) Little Men (Estados Unidos) - Dirigido por Ira Sachs, Roteiro por Mauricio Zacharias.

Sinopse: Quando o avô de Jake falece sua família muda-se para a antiga casa no Brooklyn.  Lá, o garoto de 13 anos faz amizade com Tony, cuja mãe, uma chilena solteira toma conta de uma lojinha no andar de baixo. À medida que sua amizade se aprofunda, no entanto, suas famílias são afastadas devido a uma batalha sobre aluguel e os garotos decidem fazer um voto de silêncio. Elenco: Greg Kinnear, Jennifer Ehle, Paulina Garcia, Theo Taplitz, Michael Barbieri.


O veterano diretor Ira Sachs (Que em 2014 seu filme O Amor é Estranho integrou o Festival daquele ano) comanda um drama sob o ponto de vista de crianças, o que geralmente dá bons frutos.



11) Love & Friendship (Irlanda, França, Holanda) - Dirigido por Whit Stillman

Sinopse: Passado em 1790, Love and Friendship centra-se em uma linda viúva, Lady Susan Vernon, que vai informar-se a respeito da herança dos seus sogros e se depara com rumores acerca de seus casos amorosos, que circulam através da polida sociedade. Enquanto está lá, ela tenta assegurar um marido para si e para a sua relutante filha debutante, Frederica. Elenco: Kate Beckinsale, Chloë Sevigny, Xavier Samuel, Emma Greenwell, Tom Bennett, Stephen Fry.


Esse drama de época é uma adaptação de um conto de Jane Austen. O veterano diretor Whit Stillman realizará o seu quinto filme e, apesar da história um pouco comum desse seu novo trabalho, pelas imagens que vazaram pela internet parece estar muito bonito em relação ao figurino, como todo filme de época que se preze.



12) Manchester by the Sea (Estados Unidos) - Dirigido por Kenneth Lonergan

Sinopse: Depois que seu irmão mais velho falece, Lee Chandler é forçado a voltar para casa para cuidar de seu sobrinho de 16 anos. Lá ele é compelido a lidar com um passado trágico que o separou da família e do lugar onde nasceu e cresceu. Elenco: Casey Affleck, Michelle Willians, Lucas Hedges, Kyle Chandler.


O talentoso diretor Kenneth Lonergan, duas vezes indicados ao Oscar como roteirista (Gangues de Nova York e Conte Comigo, filme que também dirigiu) tem aqui um trabalho promissor para estrear em Sundance. A história parece interessante e conta com um elenco excelente: Casey Affleck (O irmão talentoso de Ben Affleck), Michelle Willians e Kyle Chandler. Promete fazer barulho e desde já um dos mais esperados dessa categoria.



13) Mr. Pig (México) - Dirigido por Diego Luna; Roteiristas: Diego Luna e Augusto Mendoza.

Sinopse: Em uma missão para vender seu premiado porco remanescente e reunir-se com amigos, um fazendeiro idoso abandona sua fazenda hipotecada e parte para o México. Após contrabandear o porco, sua filha distante aparece, forçando-os a encarar o passado e a embarcar juntos em uma aventureira viagem pela estrada. Elenco: Danny Glover, Maya Rudolph, Jose María Yazpik, Joel Murray, Angélica Aragón, Gabriela Araujo.


Bem, o que tenho a falar desse é que o ator mexicano Diego Luna apresentará o seu terceiro longa-metragem como diretor. Para quem o conhece mais nas atuações, Luna dirigirá essa peculiar história com o veterano ator Danny Glover em um road movie pelo México.



14) Sing Street (Irlanda) - Dirigido por John Carney.

Sinopse: Um garoto que vive na Dublin dos anos 80 escapa da tensa vida familiar e da rígida nova escola para começar uma banda, a fim de ganhar o coração de uma linda e misteriosa garota. Elenco: Ferdia Walsh-Peelo, Lucy Boynton, Jack Reynor, Aidan Gillen, Mark McKenna.



O diretor John Carney dirige mais uma vez um filme com teor musical, após os ótimos Apenas uma Vez e Mesmo Se Nada Der Certo, A primeira impressão que temos é que talvez o filme pareça autobiográfico e só pela sinopse já dá para ter uma ideia que pode ser altamente divertido, principalmente para quem já viu os dois filmes supracitados do Carney. Outro para se aguardar com um sorriso no rosto.



15) Sophie and the Rising Sun (Estados Unidos) - Dirigido por Maggie Greenwald

Sinopse: Em uma pequena cidade sulista durante o Outono de 1941, a solitária vida de Sophie é transformada quando um homem asiático aparece sob misteriosas circunstâncias. Seu caso amoroso torna-se o estopim para longos conflitos esquecidos emergirem com fanatismo e violência através da explosão da Segunda Guerra Mundial. Elenco> Julianne Nicholson, Margo Martindale, Lorraine Toussaint, Takashi Yamaguchi, Diane Ladd, Joel Murray.


Histórias amorosas em meio a conflitos parece estar em alta nessa edição do Sundance. E esse novo filme da diretora Maggie Greenwald confirma isso. Greenwald já tem até uma extensa filmografia e não tenho muito o que falar sobre esse trabalho, só o fato de contar no elenco com a veterana atriz Diane Ladd, indicada ao Oscar três vezes.


16) Wiener-Dog (Estados Unidos) - Dirigido por Todd Solondz

Sinopse: Esse filme conta muitas histórias sobre pessoas que encontram inspiração para suas vidas e mudança em um particular cão da raça Dachshund, que parece espalhar conforto e alegria. Elenco: Greta Gerwig, Kieran Culkin, Danny DeVito, Ellen Burstyn, Julie Delpy, Zosia Mamet.


Quem vê essa sinopse nunca imagina que esse é um novo filme do polêmico diretor Todd Solondz, que escandalizou a América e a indústria do cinema com o seu pesado Felicidade e Bem-Vindo à Casa das Bonecas. O elenco é bem conhecido, desde a atual queridinha do cinema Greta Gerwig, até vereranos como Danny DeVito, Ellen Burstyn e Julie Delpy. É difícil não vir algo ofensivo ou um certo humor negro desse filme, mas desde já também é um dos mais esperados.


É isso pessoal, espero que tenham gostado dessa segunda parte do festival de Sundance 2016 e até a próxima. Um Feliz Ano Novo para todos e um excelente ano cinematográfico em todos os sentidos.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

REATIVAÇÃO DO BLOG + FESTIVAL DE SUNDANCE 2016




Olá, pessoal! Há quatro anos que houve a última postagem nesse meu humilde blog e tal página entrou em hiato até esse momento. Aproveitarei que o festival de cinema mais badalado de início de ano, o Festival de Sundance 2016 (Juntamente ao Festival de Berlim, que ocorrerá em Fevereiro de 2016) em breve abrirá suas cortinas para cinéfilos de todo o mundo e reativarei assim a minha página para tecer considerações e notícias acerca de tal evento, como também acerca de cinema em geral, séries e cultura pop (Música, Literatura, Games, etc). O Festival de Sundance é o festival do cinema independente idealizado pelo astro Robert Redford em 1981 e que hoje é responsável por gerar embriões de futuros campeões de prêmios no decorrer do ano, como os recentes Boyhood e Whiplash, só para citar exemplos de peso. O evento acontecerá nos dias 21 a 31 de Janeiro na cidade de Utah, Estados Unidos.

Em 2015 a edição do Festival teve um motivo a mais para nós brasileiros acompanhá-lo: A estréia e seleção do filme Que Horas ela Volta?, de Anna Muylaert e que saiu de lá com sua primeira grande premiação do cinema mundial (Prêmio do Júri no quesito atuações femininas para as atrizes Regina Casé e Camila Márdila). Logo depois o filme foi premiado no Festival de Berlim e assim ganhou o mundo afora. Hoje, tal longa-metragem é o representante oficial do Brasil no Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro com grandes chances de ficar entre os finalistas. Ou seja, Sundance abre portas para que filmes inicialmente pequenos tornem-se titãs e ganhe público, distribuição e críticos.

No ano de 2016 infelizmente não teremos nenhum representante brasileiro em Sundance, mas a seleção de filmes dessa edição é composta de pequenas incógnitas e outras surpresas, como poderemos observar a partir do dia 21 de Janeiro. Vou falar do evento em mais de uma postagem e vou apresentar os indicados nas principais categorias, em que apresentarei sinopses traduzidas e breves comentários sobre o que esperar dos filmes selecionados. Hoje falarei sobre a categoria U.S. Dramatic Competition e seguirei com as outras categorias nas próximas postagens. Vamos lá:

U.S. DRAMATIC COMPETITION:

Essa é a principal categoria do Festival de Sundance, em que ocorre estréias de filmes americanos dirigidos tanto por atores já consagrados quanto por novatos. Em 2016 a categoria contará com 16 filmes.


1) As You Are (Diretor: Miles Joris-Peyrafitte, Roteiristas: Miles Joris-Peyrafitte e Madison Harrison) 

Sinopse: Conta e reconta a relação entre três adolescentes quando traça o percurso de sua amizade através da construção de memórias díspares sugeridas por uma investigação policial. Elenco: Owen Campbell, Charlie Heaton, Amandla Stenberg, John Scurti.

Esse filme é a estréia do ator, roteirista e diretor Miles Joris-Peyrafitte em um longa-metragem. As You Are é uma versão  do curta As A Friend, de 2014. Não temos muito o que falar sobre esse filme, mas pela trama parece ser um thriller dramático e pode ser uma boa surpresa. Vamos aguardar maiores novidades.


2) The Birth of A Nation (Diretor e Roteirista: Nate Parker)

Sinopse: Nat Turner (Nate Parker), um escravo na América, lidera um movimento de libertação em 1831 a favor de Américo-Africanos em Virgina, o que resulta numa violenta retaliação por parte de uma população branca. Elenco: Nate Parker, Armie Hammer, Jackie Earle Haley, Penelope Ann Miller.

O Nascimento de uma Nação, controverso filme de 1915 dirigido por D.W. Griffith, apesar de ser altamente importante como registro cinematográfico é apontado por muitos por ser altamente racista. A primeira impressão que temos ao ver o título desse novo filme é de que se trata de um remake, o que na verdade não é. É também a estréia do ator Nate Parker (De Nos Bastidores da Fama, Amor Fora da Lei, O Grande Debate, dentre outros) na direção de um longa-metragem e trata-se de um trabalho ambicioso. Aparentemente possui uma ótima fotografia e um climão de Western, além de um ótimo elenco (Armie Hammer, do recente O Agente da U.N.C.L.E e Jackie Earle Haley, o excelente Rorschach de Watchmen). Um trabalho a se ficar de olho!


3) Christine (Diretor: Antonio Campos, Roteirista: Craig Shilowich)

Sinopse: Em 1974, Christine Chubbuck, uma repórter de um noticiário televisivo almeja altos padrões no que se refere à vida e ao amor em Sarasota, Flórida. Falhar não é uma opção. Essa história é baseada em fatos reais. Elenco: Rebecca Hall, Michael C. Hall, Maria Dizzia, Tracy Letts.



Outro filme relevante nesse festival. Antonio Campos já é conhecido em Sundance. Seu trabalho anterior, Simon Killer de 2012 figurou na seleção daquele ano. E esse novo filme é bem promissor. A começar pelo elenco. Christine é a biografia de Christine Chubbuck, repórter que ficou conhecida ao praticar suicídio ao vivo em um programa de TV. Quem a interpreta é a atriz Rebecca Hall, que já trabalhou com grandes diretores como Woody Allen e fez o recente O Presente. E o que dizer de Michael C. Hall, o eterno Dexter, que fez o excelente Cold in July em 2014? Enfim, parece ser um filme intrigante.



4) Equity (Diretora: Meera Menon, Roteirista: Amy Fox)

Sinopse: O primeiro filme sobre Wall Street composto basicamente por um elenco feminino acompanha uma investidora que é ameaçada por um escândalo financeiro e deve desemaranhar uma rede de corrupção. Elenco: Anna Gunn, James Purefoy, Sarah Megan Thomas, Craig Bierko, Carrie Preston.



Filme curioso sobre Wall Street agora sob um viés feminino e aparentemente investigativo sobre escândalos financeiros. Segundo longa-metragem de Meera Menon, que anteriormente foi responsável pelo filme Farah Goes Bang de 2013. Anna Gunn, mais conhecida por ter interpretado Skyler White da série de sucesso Breaking Bad será a protagonista desse thriller.




5) The Free World (Diretor e Roteirista: Jason Lew)

Sinopse: Mo, um ex-carcerário, é posto em liberdade por crimes que ele não cometeu e tenta se adaptar à vida do lado de fora. Quando seu mundo colide com Doris, uma mulher misteriosa com um passado violento, ele decide arriscar sua nova liberdade para mantê-la próxima de sua vida. Elenco: Boyd Holbrook, Elisabeth Moss.


Roteirista do filme Inquietos, do Gus Van Sant, o também ator e agora diretor Jason Lew arrisca seu primeiro longa-metragem, sobre um ex-carcerário que se envolve com uma mulher problemática. Mo é interpretado pelo ator Boyd Holbrook, que recentemente foi visto na ótima série da Netflix Narcos, no papel de Steve Murphy e Doris é interpretada pela Elisabeth Moss, que atuou no excelente The One I Love de 2014. Promete!




6) Goat (Diretor: Andrew Neel, Roteiristas: Andrew Neel, David Gordon Green, Michael Roberts)

Sinopse: Depois de um ataque terrível, um garoto de 19 anos faz um pacto de fraternidade com o irmão para provar que é um homem. O que acontece depois, em nome da Irmandade, testará ambos os irmãos e seu relacionamento de formas brutais. Elenco: Nick Jonas, Virginia Gardner, Ben Schnetzer.


David Gordon Green é um diretor bem ocupado, praticamente com um filme por ano. Obteve sucesso com a comédia Segurando as Pontas, com o filme Joe (Nicolas Cage no elenco) e fez outros filmes até então. Dessa vez ele age como roteirista nesse trabalho de Andrew Neel, diretor de documentários e que também já dirigiu longa-metragens. De curioso, o popstar Nick Jonas da banda The Jonas Brothers em um papel aparentemente diferente do que costuma fazer e com uma temática violenta.



7) The Intervention (Diretora e Roteirista: Clea DuVall)

Sinopse: Um passeio de fim de semana entre quatro casais tem uma reviravolta quando um dos casais descobre que toda a viagem fora orquestrada a fim de garantir uma intervenção no casamento deles. Elenco: Cobie Smulders, Clea DuVall.


A também atriz Clea DuVall arrisca sua primeira incursão na direção de longa-metragens nessa dramédia que até o momento não tenho muita expectativa. Esperemos por maiores notícias.




8) Joshy (Diretor e Roteirista: Jeff Baena)

Sinopse: Josh trata o que poderia ser sua despedida de solteiro como uma oportunidade para se reconectar aos seus amigos. Elenco: Thomas Middleditch, Adam Pally, Alex Ross Perry, Nick Kroll.


Diretor da comédia de humor negro Vida Após Beth (Life After Beth) e que também apareceu na edição de 2014 do Sundance, Jeff Baena agora vem com esse buddy movie que não tenho muito o que comentar. Espero que seja divertido.



9) Lovesong (Diretor: So Yong Kim, Roteiristas: So Yong Kim e Bradley Rust Gray)

Sinopse: Abandonada pelo marido, Sarah embarca em uma viagem improvisada com sua filha mais nova e sua melhor amiga , Mindy. Ao longo do caminho, a dinâmica entre as duas amigas intensifica antes que as circunstâncias as distancie. Anos depois, Sarah tenta reconstruir a íntima conexão delas duas antes do casamento da Mindy. Elenco: Jena Malone, Riley Keough, Brooklyn Decker, Amy Seimetz, Rosanna Arquette.


O que chama atenção logo de início é que se trata do primeiro filme falado em inglês da diretora sul-coreana So Yong Kim, que comandou o muito bem falado Treeless Mountain (Na-moo-eobs-neun nan) de 2008. No elenco principal, Jena Malone, atriz bem conhecida por diversos filmes, dentre eles a saga Jogos Vorazes e a atriz Riley Keough, neta de Elvis Presley e que atuou na sensação de 2015 Mad Max: Estrada da Fúria. Parece um drama bem comovente sobre amizade.



10) Morris From America (Diretor e Roteirista: Chad Hartigan)

Sinopse: O garoto Morris de 13 anos de idade, um americano amante de hip hop, muda-se para Heidelberg, Alemanha com o seu pai. Nessa terra completamente estranha pra ele Morris se apaixona por uma garota local, ganha amizade de seu tutor e confidente alemão e tenta navegar pelos desafios únicos e pelas tribulações da adolescência. Elenco: Markees Christmas, Craig Robinson, Carla Juri, Lina Keller.


Co-produção Alemanha-Estados Unidos aparenta ser um filme leve sobre os percalços da adolescência. Chad Hartigan ganhou prêmio no Sundance de 2013 pelo seu filme This is Martin Bonner, inédito no Brasil então já não é nenhum desconhecido no festival.



11) Other People (Diretor e Roteirista: Chris Kelly)


Sinopse: Um esforçado escritor de comédias, livre após ter terminado seu relacionamento com o namorado, muda-se para Sacramento para ajudar sua mãe doente. Morando com seu pai conservador e irmãs mais jovens, David sente-se estranho na casa onde passou a infância. À medida que sua mãe piora ele tenta convencer a todos (Incluindo a si mesmo) que está tudo bem. Elenco: Jesse Plemons, Molly Shannon, Bradley Whitford, Maude Apatow, Zach Woods, June Squibb.


Chris Kelly costuma escrever roteiros para o programa de comédia americano Saturday Night Live e agora arrisca-se na direção de um longa-metragem. O protagonista é interpretado por Jesse Plemons, ator mais conhecido pela TV, nas séries Breaking Bad, Fargo, Friday Night Lights e filmes como Ponte dos Espiões e Aliança do Crime. Esse filme tem tudo para que Plemons consiga alçar vôo e dar uma guinada na sua carreira.



12) Southside With You (Diretor e Roteirista: Richard Tanne)


Sinopse: Uma crônica da tarde de um verão de 1989, quando o futuro Presidente dos Estados Unidos Barack Obama cortejou sua futura Primeira Dama em um épico primeiro encontro na costa Sul de Chicago. Elenco: Tika Sumpter, Parker Sawyers, Vanessa Bell Calloway.


Esse aqui tem tudo para ser um sucesso nos Estados Unidos, pois contará como o Presidente Barack Obama conheceu sua atual esposa Michelle. Focará, portanto, no romance entre eles, mas espero que conte um pouco de sua trajetória à Presidência. O desconhecido, mas bastante ocupado Parker Sawyers (Está em nada menos que 10 produções só em 2016) interpretará Obama jovem e a atriz Tika Sumpter interpretará Michelle. E para variar a direção fica por conta de Richard Tanne, também em seu debut em longas.


13) Spa Night (Diretor e Roteirista: Andrew Ahn)


Sinopse: Um jovem coreano-americano trabalha para reconciliar suas obrigações com sua família de imigrantes através dos seus florescentes desejos sexuais no submundo dos encontros gays em Spas coreanos situados em Los Angeles. Elenco: Joe Seo, Haerry Kim, Youn Ho Cho, Tae Song.


Esse não tenho muito o que falar: O diretor é desconhecido e só dirigiu curtas, além do elenco também ser composto de atores não conhecidos pelo grande público. Assim como Other People que falei acima esse também tem uma temática gay, mas Spa Night deve ser mais denso.


14) Swiss Army Man (Diretores e Roteiristas: Daniel Scheinert, Daniel Kwan)


Sinopse: Hank, um homem desesperançado preso à selvageria descobre um misterioso cadáver. Juntos eles embarcarão em uma jornada épica para voltar para casa. À medida que Hank percebe que o corpo é a chave para sua sobrevivência, aquele homem que uma vez tinha comportamentos suicidas é forçado a convencer um cadáver que a vida vale a pena. Elenco: Paul Dano, Daniel Radcliffe, Mary Elizabeth Winstead.


A trama é bizarra demais, mas possui um elenco bem conhecido: O talentoso Paul Dano interpretará Hank, Daniel Radcliffe que está a cada vez mais tirando o seu estigma de Harry Potter e a linda e talentosa Mary Elizabeth Winstead (Esteve muito bem no curioso filme Faults, de 2014).


15) Tallulah (Diretora e Roteirista: Sian Heder)

Sinopse: Uma jovem mulher sem vínculos cuida de uma bebê de uma saudável e negligente mãe e passa assim a tratar o bebê como se fosse seu a fim de protegê-la. Essa decisão conecta e transforma as vidas de três diferentes mulheres. Elenco: Ellen Page, Allison Janney, Tammy Blanchard, Uzo Aduba.


Ellen Page em um papel que evoca Juno, tanto pela temática da maternidade quanto pelo caráter indie do filme em questão. Porém, Tallulah deve puxar mais para o lado dramático que para o drama. Sian Heder é mais conhecida por ser roteirista da série fenõmeno Orange is the New Black, inclusive uma das atrizes da produção da Netflix, a Uzo Aduba, também atua nesse filme.


16) White Girl (Diretora e Roteirista: Elizabeth Wood


Sinopse: Verão, Cidade de Nova York. Uma universitária vai aos extremos a fim de livrar da prisão o seu namorado traficante. Elenco: Morgan Saylor, Brian "Sene" Marc, Justin Bartha, Chris Noth, India Menuez, Adrian Martinez.


Bem, esse aqui também é um filme que não tem muito o que falar. A diretora é novata, os atores são desconhecidos (Brian "Sene" Marc estará na série Luke Cage da Netflix), enfim, um drama/romance que é uma incógnita. Esperemos que seja uma surpresa boa.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind) - 2004


País de Origem: Estados Unidos

Às vezes estamos sozinhos. Podemos possuir um alguém que nos ame, mas não conseguimos retribuir, corresponder e nos sentimos sós, com aquele constante sentimento de inquietação mental, emocional. Por outro lado, ocasionalmente, aparece uma pessoa que nos motiva, mexe com nosso comportamento, mostra que a felicidade pode existir. Pode parecer egoísmo, frieza, mas não, o amor não se define. Pode acontecer ao acaso, na maioria das vezes, quando nem esperamos, assim como podemos não sentir amor por alguém que sempre vemos. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, aclamado e cultuado filme de Michel Gondry, trata sobre esse assunto, sobre a nossa satisfação ao ter alguém especial ao nosso lado e de não querer se desvincular daquela pessoa, mesmo quando a relação desmorona e tem tudo para acabar.

Um dos motivos para o sucesso do filme, além das viscerais atuações de Jim Carrey e Kate Winslet é a forma como a história de um lindo casal é contada, sem uma narrativa linear, indo e vindo no tempo, nas memórias dos personagens, viajando pelos seus subconscientes. Como duas pessoas se conhecem e como elas se separam, mesmo que o amor seja mais forte. Brigas sempre existem, discussões então, nem se fala. Mas nada pode separar um amor de verdade e a originalidade do roteiro de Charlie Kaufman transforma a obra em algo gostoso de se assistir.


Quem já não sofreu uma grande desilusão amorosa e quis esquecer tudo aquilo? Voltar ao status quo ante? Infelizmente ninguém criou um engenho capaz de apagar as nossas memórias, apagar pessoas da nossa mente da noite para o dia. O sofrimento, o tempo e uma nova pessoa para amar são os remédios para curar essa dor. E é esse desespero que aflige os personagens do filme. Clementine Kruczynski, vivida por Kate Winslet com uma intensidade de cores capilares e impulsividade, é alguém solitário, assim como Joel Barish (Jim Carrey), cujas feições já mostram um sujeito infeliz, introspectivo e insatisfeito, amorosa e laboralmente falando. Não é difícil que se entendam quando se conhecem e surge aí uma esperança na vida dos dois. Um amor verdadeiro, mas sempre capaz de passar por obstáculos inerentes a qualquer tipo de relação.

Joel vive um namoro sem graça e isso reflete no seu comportamento. Já Clementine é alguém vivaz, cujo comportamento reflete-se através da mutação de seus cabelos. Ora está vivendo uma "Ruína Azul", ora está sendo uma "Agente Laranja". E por vezes passa por uma "Revolução Verde". É uma mulher em constante metamorfose, indomável. Os dois mundos pessoais dessas pessoas se chocam ao acaso, porém tudo que começa tem o seu fim para que possa ter a possibilidade de acontecer um recomeço.

Joel descobre que Clementine o esqueceu e fica desesperado. Como aquela pessoa que ele amou tanto no outro dia olha em seus olhos e não o reconhece? Descobre-se então que o Dr. Mierzwiak (Tom Wilkinson) criou uma terapia que faz esquecer todas as memórias boas e ruins da pessoa amada. E Clementine passou por isso. Quando Joel decide fazer o mesmo procedimento, ao reviver todas as memórias que teve com sua amada, prefere não ter que apagar todos os resquícios daquele amor. E foge dentro de sua mente, em uma verdadeira perseguição, escondendo-se nos confins do subconsciente para não esquecê-la.

Charlie Kaufman já é um mestre em mexer com o psicológico, em mergulhar na mente humana, mesmo que o resultado saia o mais bizarro possível, como já pudemos observar em outros dos seus roteiros, como Quero Ser John Malkovich, Adaptação e esse filme em comento. E aqui não é excessão: As mentes dos personagens são como labirintos. Portas dão acesso a outras lembranças, há uma urgência em não ficar ali, em fugir para outras memórias, outras partes do cérebro. E a forma como foi conduzida essa loucura merece respeito. Michel Gondry, também co-roteirista, manipula sua câmera de uma forma eficaz. A trilha sonora também entra no clima frio e ao mesmo tempo intenso de toda a película. As atuações também são espontâneas e fortes, com um bom elenco de apoio (Além dos já citados, inclue-se na lista Kirsten Dunst, Mark Ruffalo e Elijah Wood).

No calor da ocasião, quando não temos mais a pessoa amada ao nosso lado, queremos esquecê-la, apagar tudo da nossa mente, mas quando refletimos o quanto foi importante, o quanto aquelas conversas, aquelas memórias vão nos fazer falta, decidimos voltar atrás e correr pelo amor de nossas vidas. É isso que esse belíssimo filme trata, viajando pelos cantos mais remotos da mente humana de uma forma original, melancólica e por que não esperançosa? Uma magnífica e criativa obra norte-americana, para ver, rever e refletir, repleta de cenas que passam a ficar na nossa mente e que fazem, claro, com que não possamos sentir vontade de passar por um processo de desmemoriação para apagá-las. Para finalizar, uma frase de Friedrich Nietzsche citada no filme, que resume bem o principal tema do longa:

"Abençoados os que esquecem, porque aproveitam até mesmo os seus equívocos"

Nota: 9.0/10.0

quinta-feira, 31 de março de 2011

Dente Canino (Kynodontas) - 2009


País de Origem: Grécia

Após um tempo sem mais nenhuma atualização (E dá-lhe tempo), voltarei a partir de agora a atualizar o Cinema Lato Sensu constantemente, pois estou mais tranquilo no momento. Estava uma correria só a minha vida e agora posso dedicar um pouco da minha atenção ao meu humilde blog. E nada melhor que comentar sobre esse peso-pesado grego chamado Dente Canino, dirigido por Georgos Lanthimos, curiosamente ficando entre os cinco finalistas da categoria "Melhor Filme Estrangeiro" do Oscar 2011 (O dinamarquês Em um Mundo Melhor, da Susanne Bier, foi o vencedor).

A educação familiar hoje em dia é muito complicada. Alguns pais preferem deixar suas crianças prontas para enfrentar os perigos da vida, dizendo o que é o certo e o que é o errado. Outros resguardam seus rebentos do mundo exterior, deixando-os cientes de que o ambiente fora da residência familiar é impuro, depravado e violento. Um bebê, uma criança de 2 anos de idade, possui sua mente "vazia", em que será preenchida com todos os conceitos, visões, cheiros, enfim, tudo que ela aprender de seus pais, do colégio, dos amigos e do ambiente que a cerca. Se algum adulto disser que não pode sair de casa, explicando qualquer motivo para tal, uma criança vai aceitar, pois para ela aquilo é errado, de acordo com o conceito recém aprendido. Logo, qualquer definição apresentada a uma criança nessa idade reiteradas vezes vai fazer com que ela torne-se acomodada ou determinada, dependendo do propósito.

O tema principal do filme é a crítica à repressão e superproteção familiar, mas apresentada de uma forma bastante original, bizarra e assustadora. Alguns pais muitas vezes visando proteger seus filhos desse mundo atual cada vez mais louco não percebem que exageram a dose e se tal educação vem desde o berço da criança, ela poderá crescer insegura e tornar-se um adulto ingênuo, incapaz de relacionar-se socialmente sem sofrer consequências drásticas por conta de suas atitudes. E quando elas tomarem conta de que estão agindo de uma maneira errada, rebelarem-se contra aquela educação, pode ser tarde demais. É uma questão de excessos: Nem podem deixar seus filhos totalmente livres, sem prestar atenção em suas ações, nem podem prendê-los demasiadamente.

No filme, uma família vive isolada da cidade, como se vivesse em um outro planeta. O único que ainda vai ao ambiente exterior é o patriarca, que trabalha em uma indústria. Seus três filhos (Um homem e duas mulheres, abaixo dos 30 anos de idade) e sua esposa ficam trancafiados na mansão, em que ficam cercados por um enorme quintal e uma bela piscina. Eles são proibidos de sair e os pais estipulam algumas regras que deverão ser obedecidas: Só poderão conhecer o exterior da residência se for de carro, mas somente quando perderem o dente canino, seja o do lado direito, seja do esquerdo. E para conduzirem um veículo precisam esperar o dente canino nascer novamente. Ou seja, conceitos absurdos e inverossímeis, mas que servem de sátira para o que muitos pais fazem aos seus filhos, impondo condições desmesuradas muitas vezes. O dente canino, nesse aspecto, é um símbolo da tão almejada liberdade que muitos filhos anseiam.


Além disso, os pais ensinam tudo errado aos seus filhos: Dizem que uma saleira chama-se "Telefone", que a vagina é uma lâmpada ou que zumbis são pequenas flores amarelas. Curioso então ver adultos sentados em uma mesa e dizendo: - Mãe, passa o telefone. Ou então: - Encontrei dois pequenos zumbis no quintal. Frank Sinatra é avô dos filhos, de acordo com o patriarca e a letra em inglês da canção (Fly me to the Moon) é traduzida como uma forma de conselho familiar. Simplesmente revoltante o cinismo do pai ao proferir palavras mentirosas. Tudo isso para que seus filhos sejam puros e não queiram conhecer nada que venha desvirtuar suas cabecinhas. A única pessoa que visita a casa é Christina (Anna Kalaitzidou), mulher que trabalha na indústria do patriarca e que satisfaz os desejos sexuais do filho da família, mediante pagamento. Detalhe: A moça vai até a mansão com um tapa-olhos, para não saber onde fica. Óbvio que uma pessoa externa pode tornar-se uma ameaça aos valores doutrinatórios impostos pelos pais terroristas.

Todo esse ambiente bizarro e surreal faz parte de Dente Canino. É difícil se acostumar com tudo aquilo, com os jogos sádicos que os filhos brincam (Colocar o dedo em água quente ou cheirar sonífero: Quem aguentar mais tempo ou acordar primeiro vence, respectivamente), com a crueldade imposta pelos pais (O patriarca é digno de repulsa, já que a mãe, apesar de fazer parte dessa educação diabólica, é submissa) e com toda a violência física e psicológica que o filme mostra. É como se pegasse A Vila, de M. Night Shyamalan e chamasse Michael Haneke ou Lars Von Trier para dirigir. E, de acordo com o site IMDB, Dente Canino é um remake de um obscuro filme mexicano de 1973, chamado El Castillo de la Pureza (Literalmente, "O castelo da pureza").

Interessante notar que a família possui um cão que não obedece ao seu dono, fazendo com que o patriarca o leve para se adestrado por profissionais do ramo. Em determinado momento é dito que os cães podem ser adestrados à maneira que alguém quiser: Podem ser treinados para matar ou para serem dóceis. Só que o patriarca é incapaz de controlar o cãozinho, quando chama-o pelo nome e o animal nem liga para os chamados. Em contrapartida, seus filhos e a própria esposa são tratados como cães (Com direito a latidos e a serem treinados para matar gatos, inimigos perigosíssimos), além de serem completamente fiéis e submissos.

Dente Canino é um verdadeiro tapa na cara do espectador (Um soco no estômago, se preferir), daquele filme que possui cenas inacreditáveis que te pegam de surpresa e que ficam em sua mente por um bom tempo. Há muito a ser dito e debatido que não seria legal debater em um simples blog. As cenas não são chocantes apenas por chocar: Tudo tem um propósito diante de toda a bizarrice, sexo e violência que aparecem no filme. Não adianta se preparar para o filme pois mesmo assim vai se surpreender, sem ficar indiferente. Uma pérola vinda diretamente da Grécia e não recomendada para as pessoas mais sensíveis. Com certeza um dos mais desconcertantes filme que vi no ano de 2011, até o momento.

Nota: 8,5/10.0

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

I Saw the Devil (Akmareul boatda) - 2010

País de Origem: Coréia do Sul

Olá pessoal! Meu nome é Ibertson Medeiros e inauguro com esse post o meu novo blog, chamado Cinema Lato Sensu (Escrevia antes para o extinto Cinema para Todos). O intuito deste espaço destina-se a conter resenhas, notícias e outros assuntos que tenham relação direta com o cinema. Tentarei escrever sobre o cinema em sentido amplo, explicando o porquê do título em latim escolhido para o blog. Escreverei aqui sobre obras dos mais variados gêneros e países possíveis, sem nenhum preconceito, incentivando assim vários leitores/cinéfilos a procurar tais filmes que comentarei, em que na maioria das vezes são um tanto quanto desconhecidos do público em geral. Em contrapartida, também comentarei sobre filmes mais acessíveis, clássicos do cinema, enfim, tentarei englobar de tudo um pouco.

Depois dessas considerações iniciais, vamos ao que interessa. O post inicial trata do novo filme do aclamado diretor Ji-woon Kim (Medo, O Gosto da Vingança e Os Invencíveis, dentre os lançados comercialmente no Brasil) que, juntamente aos seus conterrâneos Joon-ho Bong (O Hospedeiro, Memórias de um Assassino e Mother - A Busca pela Verdade) e Chan-wook Park (Mr. Vingança, Oldboy, Lady Vingança, Zona de Risco, Sede de Sangue), forma a trinca de diretores sul-coreanos mais celebrada da Coréia do Sul na atualidade. Qualquer novo trabalho de um desses três gera ansiedade aos fãs do cinema coreano, este que é um dos mais criativos do momento.

I Saw the Devil não é diferente. O novo filme do diretor reúne nos papéis principais dois atores já bem conhecidos: Byung-hun Lee (Interpretou o Storm Shadow na bomba G.I. Joe: A Origem de Cobra e é a terceira vez que participa de um filme do Ji-woon Kim) e Choi Min-sik (Mais conhecido pelo papel de Oh Dae-Su no clássico moderno Oldboy e segunda vez que contribui com o diretor). O resultado foi um intenso thriller, com uma longa duração para o gênero (Quase 2 horas e meia) e cenas de extrema violência, apesar de não ser gratuita. Aliás, tal violência quase que ocasiona o banimento do filme nos cinemas sul-coreanos, em que o diretor teve que cortar algumas cenas mais gráficas para poder exibi-lo.

A trama segue a cartilha dos "filmes de vingança", já tão característicos do cinema coreano, tornando-se uma experiência ao mesmo tempo movimentada e sádica ao espectador. Byung-hun Lee interpreta Kim Soo-hyeon, um agente secreto bastante competente. Numa noite, enquanto está em serviço, ele liga para sua esposa, Joo-yeon (Oh San-ha). A moça encontra-se presa na nevasca que assola a região e espera por um guincho. Depois de conversarem, a esposa desliga o celular e logo mais aparece na estrada um ônibus escolar. O motorista desce do veículo e oferece ajuda à mulher, recebendo uma negativa, já que ela aguardava o guincho. O estranho na verdade é um serial killer (Interpretado por Choi Min-sik) e acaba por matar brutalmente Joo-yeon. Após saber do ocorrido, Kim Soo-hyeon perde toda sua alegria de viver e promete à falecida esposa vingar-se e provocar ao psicopata 10000 vezes a dor que ela sentiu.


O filme não traz nenhuma novidade ao gênero, mas a forma como é conduzido magistralmente pelas mãos hábeis do diretor detrás da câmera faz com que ganhe muitos pontos positivos. Ji-woon Kim consegue extrair beleza do grotesco, como em uma cena em que a água corre pelo cano e, logo em seguida, o líquido se transforma em vermelho vivo, sangue de uma vítima do temido psicopata. A violência é tão bem conduzida no filme que fica até bonito de se ver, tamanho o realismo de tais sequências. Uma das características mais marcantes do diretor é justamente essa: Ser um esteta profissional e todas as cenas são milimetricamente bem trabalhadas, desde o próprio cenário até os ousados ângulos de câmera.

É muito difícil destacar alguma cena nesse aspecto: Desde o início do filme, em que a câmera funciona como a visão do serial killer à procura de uma vítima na noite de inverno coreana até as movimentadas cenas de embate entre os protagonistas, repletas de tensão e violência, muito bem coreografadas e que causam dor ao espectador só de ver algumas mutilações e outras atrocidades do tipo. Tudo é bem feito no filme, em relação à estética, em um trabalho digno de bater palmas. O roteiro pode ser falho, algumas cenas podem beirar o absurdo e causar revolta ao espectador, mas são poucas e a beleza do filme apaga todos esses errinhos básicos.

Em relação às atuações, Byung-hun Lee entrega o mesmo papel a que é acostumado: O homem que banca o durão e com cara de pouquíssimos amigos. Porém, o seu personagem clama por uma atitude assim, pois acaba de perder a esposa de uma maneira inacreditável e perde assim o seu sorriso, o ânimo de viver. Seu instinto de vingança é o seu combustível para manter-se de pé. E nisso o ator faz um bom trabalho, carregando o filme tranquilamente. Além disso, ele tem presença em tela e é bastante estiloso, o que é notável no seu penteado e nas roupas que usa. Já Choi Min-sik entrega mais uma atuação intensa na sua carreira, entregando-nos um psicopata que é o verdadeiro demônio, justificando o título do filme. Um daqueles sujeitos que a única forma para que ele deixe de cometer crimes é com a sua morte.

Outro detalhe interessante no filme é que o "mocinho", movido por sua ira, causa destruição e deixa um rastro de sangue por onde passa, independente de quem seja. Suspeitos do assassinato de sua esposa não são deixados para trás e sofrem as mais dolorosas práticas de violência. Os métodos utilizados pelo agente secreto são até mais sádicos que os praticados pelo próprio psicopata, em diversos momentos. Uma lição que o filme mostra é que, embora a perda de algum ente querido tenha sido ocasionada por uma violência injusta, não compensa procurar uma vingança utilizando de métodos tão cruéis quanto, pois isso acaba com a pessoa, fisicamente e psicologicamente. A vingança nem sempre causa-nos satisfação. Mesmo após obtê-la, pelo menos nesse caso, os traumas serão muitos e a pessoa não vai alcançar a paz até a morte. 

Enfim, I Saw the Devil  é um filme forte, sangrento e perturbador, mas que não deixa de transparecer beleza diante de tanta perversidade. Isso é mérito do diretor, bastante versátil por sinal (Já passou por comédias de humor negro, noir, suspense psicológico, western e agora um suspense/terror). Aliás, esse é o trabalho mais sangrento de Ji-woon Kim. Embora possua diálogos fracos e um roteiro comum, o suspense prende a atenção e nunca fica enfadonho, mesmo diante da longa duração. Que venham mais obras orientais desse nível, não importando o gênero. Recomendado para os iniciados no cinema coreano, que é de certa maneira trágico e com uma atmosfera carregada, na maioria das vezes e para os de estômago forte. Melhor: Para os fãs de um bom e competente filme de suspense. Um verdadeiro jogo de gato e rato.

NOTA: 8.0/10.0


Trailer: